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O VÍCIO EM VIDEOJOGOS

Em nosso artigo sobre a indústria dos videojogos pós-COVID 19, nós falamos, inclusive, sobre pessoas que criaram ou retomaram o hábito de jogar videojogos durante o confinamento. E quando este hábito vira vício? E quando o vício atinge os mais pequenos, o que fazer? Achas que tu ou alguém da tua família está a sofrer com o vício em videojogos?

Para o psicanalista e fã de videojogos, Renato Pereira, "há alguns comportamentos que são indicadores" de um comportamento obssessivo, ou seja, um vício comportamental:

1. Ficar inquieto ou irritado quando não se está a jogar. Perguntas simples podem deixar a pessoa irritada;
2. Grande variação de humor em um curto espaço de tempo. Isto pode acontecer dependendo do resultado alcançado no jogo;
3. Mentiras relacionadas ao jogo ou ao ato de jogar;
4. Preocupação constante e exarcebada;
5. Ações que a pessoa normalmente não faria, incluindo até mesmo atos ilegais;
6. Isolamento social.

A Organização Mundial da Saúde - OMS, já considera a obsessão por videojogos e jogos de internet como um problema de saúde mental. No website da Organização é possível encontrar a seguinte orientação:

"Para que o transtorno dos jogos eletrônicos seja diagnosticado, o padrão de comportamento deve ser de gravidade suficiente para resultar em um comprometimento significativo nas áreas de funcionamento pessoal, familiar, social, educacional, profissional ou outras áreas importantes. Também deve ser observado regularmente por pelo menos 12 meses".
Para a Psicóloga e Psicoterapeuta, Inês Mataquando um psicólogo recebe pais de crianças e adolescentes a queixarem-se do vício nos videojogos, o primeiro passo é sempre identificar e localizar o espaço ocupado por estes na vida dos pacientes.

"É muito comum que crianças com dificuldades de sociabilização busquem nos jogos uma forma de escudo protetivo e criem um mundo particular no qual tudo se torna possível e as fantasias de auto-empoderamento, tão importantes para a constituição infantil, ganham espaço", explica Inês.

"Mas não só isto, muitas vezes, anestesiar-se a jogar por horas a fio, pode significar também que as crianças e adolescentes estão a ´fugir´ emocionalmente. Por isto, é importante uma escuta clínica de qualidade que busque identificar as questões sociais, familiares e cognitivas do paciente em busca das melhores soluções", completa.

Inês acredita que inciativas como as promovidas pela GAMEscola podem ajudar:

"Quando bem acompanhados e orientados, os videojogos podem proporcionar estímulo ao raciocínio lógico, matemático, controle afectivo e também para a sociabilização. A GAMEscola contempla o estímulo ao uso recreativo dos jogos para além do desenvolvimento de competências como criatividade, expressividade e identificação de grupo", explica a profissional.

"Assim, é importante que estejam atentos aos vossos filhos para que os jogos sejam promotores de benefícios ao desenvolvimento deles. Caso perceba no seu filho o uso inadequando dos jogos, busque, antes de mais nada, verificar o contexto da sua criança. Escutá-lo, dar a ele espaço de fala, irá ajudar a melhor compreender o que se passa. E, se ainda assim não o conseguir ajudar, busque o apoio psicológico adequado", complementa,

"Lembre-se que os jogos por si só não são apenas bons ou maus, o uso que fazemos deles é que dita o espaço que irão ocupar nas nossas vidas", conclui a psicóloga Inês Mata.

Fábio Gonçalves, pai de dois miúdos alunos da GAMEscola que venceram a competição mundial de desenvolvimento de jogos Global Game Jam 2020, conta que seu filho mais velho ia mal na escola devido à falta de interesse nas actividades escolares. Mas diz que tudo mudou depois que o filho começou a estudar o desenvolvimento de videojogos. Além da melhora no rendimento escolar, até mesmo o tempo nos videojogos de forma recreativa diminuiu:

"Hoje, apenas 10% do tempo em frente ao computador é dedicado a jogar. 90% das vezes em que ele utiliza o PC é para programar", conta Fábio.

E o melhor é que nem o pai dos miúdos e nem a GAMEscola precisaram "forçar" nada. Esta mudança ocorreu naturalmente.

"Eu tentei forçar antes mas não adiantou. Eles tem o tempo deles. Forçar não resulta. Mas os pais precisam ser persistentes, precisam colocar a criançada para estudar", completa Fábio.

Mas se tu perceberes que, de facto, alguém da tua família está mesmo a apresentar um comportamento que parece obssessivo, não deixe de procurar ajuda profissional. Em Portugal há, inclusive, iniciativas de terapias online como, por exemplo, o OnDivan.net.

Queres conhecer a GAMEscola? Visita nosso site: gamescola.pt/torresnovas

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